Lomadee


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Saiba mais sobre a Fumagina

olá, dando continuidade a respeito das doenças das plantas, hoje iremos falar sobre a Fumagina.


DESCRIÇÃO :

 A fumagina é causada por fungos do gênero Capnodium sp., vivendo associada ao pulgão, que excreta uma substância açucarada propícia ao desenvolvimento do fungo fuliginoso.

 SINTOMAS :

 Caracteriza-se pela presença de uma crosta espessa e negra cobrindo total ou parcialmente a parte dorsal das folhas e ramos do hospedeiro.

ETIOLOGIA :

 Não ataca os tecidos da planta, apenas recobre-os com uma cobertura preta constituída de micélio, onde coloniza as secreções dos insetos. Ela aparece após as plantas serem infestadas por insetos, como pulgões, cochonilhas e moscas brancas que sugam a seiva das plantas e liberam o excesso de líquido sobre as folhas onde se estabelece o fungo. A camada preta que está nas folhas é prejudicial porque dificulta a fotossíntese e causa ressecamento. Com isso, a planta terá menos energia e poderá morrer. Copnodium citri é o agente causal da fumagina.

 EPIDEMIOLOGIA :

As substâncias açucaradas produzidas por pulgões, cochonilhas e moscas brancas atraem pequenas formigas pretas que se encarregam de espalhar o material em toda a planta.

 CONTROLE :

A fumagina é facilmente controlada com poda de limpeza e controle das cochonilhas com óleo mineral (1L/100 a 2 L/100 litros de água). Não aplicar durante o período de floração e nas horas mais quentes do dia. Com as aplicações e sem ambiente propício, a fumagina será eliminada naturalmente, principalmente quando iniciar as chuvas.

FONTE: Bergamin F. A., Kimati H., Amorim L., Manual de Fitopatologia - 3.ed.-São Paulo: Agronômica Ceres, 1995. 2v.:il.182p., 267p.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Míldio;

olá, hoje falaremos a respeito de outra doença chamada de Míldio, muito comum em videiras e tomateiros.


O míldio é uma doença que ataca a parte aérea da planta e é causada por um fungo, a oomiceta Phytophthora infestans. Do conjunto de doenças que pode afectar a cultura do tomate, é aquela que desde sempre foi extremamente temida pelos produtores. É a doença que no passado mais quebras conseguiu induzir na produção, foi a que em termos territoriais mais área afectou e é uma das mais difíceis de controlar, mesmo realizando tratamentos regularmente.
Com a investigação e desenvolvimento de novas fórmulas químicas, com o aumento do conhecimento geral sobre a doença e com o aumento do grau de profissionalismo dos produtores, a eficácia do controle e prevenção desta doença tem aumentado de forma exponencial.


Sintomas e Danos 
O Míldio é uma doença que afecta toda a parte aérea do tomateiro. A doença inicialmente manifesta-se nas folhas, surgindo grandes manchas irregulares, de aspecto oleoso, verde-escuro, que rapidamente adquirem uma coloração acastanhada e consistência estaladiça. Com a continuação de tempo húmido, o bordo dessas manchas na página inferior da folha pode apresentar uma coloração esbranquiçada que representa o corpo vegetativo do fungo - o micélio. O tecido foliar afectado ganha uma coloração acastanhada, enruga-se e acaba por morrer. Com a evolução da doença, os pecíolos e os caules também são afectados da mesma forma, e, se as más condições climatéricas se mantiverem toda a planta acaba por morrer. Nos frutos verdes esta doença manifesta-se por manchas marmoriadas castanhas que se generalizam por toda a superfície, estes frutos sofrem posteriormente infecções secundárias de micélios brancos e acabam por apodrecer.
Sendo uma doença que afecta toda a parte aérea da cultura e de rápida propagação, o dano que pode infligir na cultura pode ir de uma ligeira quebra de produção à perda total, dependendo de diversos factores em que passamos a destacar:
  • O espaço temporal com condições meteorológicas favoráveis ao desenvolvimento da doença;
  • O estado fenológico da cultura;
  • O nível de fertilização azotada realizada;
  • O número e oportunidade dos tratamentos efectuados;
  • A variedade instalada.


Biologia e Epidemiologia 
O fungo apresenta esporângios (conídeos) em forma de limão, os quais permitem a sua fácil identificação, emergem através dos estomas foliares na página inferior. Os esporângios em temperaturas mais altas germinam directamente por meio de produção de tubos germinativos. Cada esporângio germina indirectamente a temperaturas mais baixas e na presença de água iniciando a produção de até oito zoósporos. Cada zoósporo pode mover-se através de uma película de água sobre a superfície da planta graças aos flagelos que possui e iniciar novas infecções.
Caso os dois tipos sexuais (A1 e A2) entrem em contacto, a reprodução sexual pode ocorrer, formando os oósporos, esta forma de reprodução apenas ocorre em situações muito desfavoráveis para o fungo, surge como forma de aumentar a variabilidade genética e permitir a sua perpetuação.
Fora da época de produção de tomate a Phytophthora infestans sobrevive como micélio associado aos restos de cultura de tomate, batata e em vegetação espontânea, assim como no solo sob a forma de oósporos. A propagação da doença é realizada através do vento e da água, o que por vezes pode atingir grandes distâncias.


Condições Favoráveis à Doença 
A Phytophthora infestans é um agente patogénico exigente em humidade e temperatura. A doença manifesta-se a temperaturas compreendidas entre o 10 e os 25ºC, temperatura esta que necessita do acompanhamento de humidade relativa superior a 90%. Iniciada a infecção o desenvolvimento da doença depende da sucessão de dias com o céu nublado. A temperatura óptima para o desenvolvimento dos esporângios é de 18 a 22ºC. A temperatura ideal para a produção de zoósporos pelos esporângios é de 25ºC e estes germinam mais rápido a 12-15ºC.
Portanto dias de clima ameno e húmido, acompanhados de orvalho, nevoeiro ou chuva, em que as noites são frescas e os dias são quentes favorecem o aparecimento da doença.
Este fungo a temperaturas superiores a 30ºC e humidades reduzidas não consegue ter condições para conseguir sobreviver.