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sábado, 8 de dezembro de 2012

“USO DE AGROTÓXICOS E A SAÚDE HUMANA”


INTRODUÇÃO: O uso dos agrotóxicos em todo o mundo tem gerado inúmeros impactos negativos
tanto para o meio ambiente como para a saúde humana. As estimativas feitas pelas agências
internacionais de saúde são extremamente preocupantes, indicando não só problemas de intoxicações
agudas determinadas pelo contato direto com produtos altamente tóxicos e de conseqüências imediatas
podendo levar o indivíduo à morte, mas também e principalmente problemas crônicos determinados
pelo contato tanto direto como indireto a produtos muitas vezes de baixa toxicidade aguda e por tempo
prolongado.
Esta abordagem se apresenta mais adequada para o atual estágio de uso dos agrotóxicos, ou seja, ao
lado das intoxicações clássicas agudas, descritas nos compêndios médicos, visualizarmos os efeitos
adversos, ou as doenças relacionadas aos agrotóxicos, que podem ser originadas de uma intoxicação
aguda, ou ser resultante do contato e exposição de longo prazo aos vários produtos à disposição da
população, seja ela urbana ou rural.
O Brasil, por suas características de país com grande produção agrícola e com pequena estrutura social
para controle desta situação, tem apresentado dados de contaminação da população rural e urbana por
agrotóxicos que indicam uma alta gravidade da situação do ponto de vista da saúde pública.
Epidemiologia das Doenças Relacionadas aos Agrotóxicos:
O risco determinado pelos agrotóxicos ou a probabilidade de um indivíduo adoecer pela ação destes
produtos é dado pela exposição que a pessoa tem a eles e a toxicidade dos produtos. Assim se há uma
alta exposição, mesmo que o produto tenha baixa toxicidade, o risco é alto, como ao inverso com
baixa exposição e alta toxicidade, o risco se mantém alto.
A questão da toxicidade não se resume, infelizmente, a ser alta ou baixa, mas a problemas
toxicológicos que diversos agrotóxicos possuem, mesmo considerados de baixa toxicidade, pois esta
referencia é somente para problemas agudos, imediatos. Portanto, se há problemas ou de exposição ou
de toxicidade do veneno, a probabilidade de adoecer é grande.
Segundo as estatísticas oficiais do Ministério da Saúde pelo Sintox (Sistema Nacional de Informações
Tóxicofarmacológicas), para o ano de 1998, 5914 casos de intoxicação por agrotóxicos no país. Destes
casos notificados, que sabe-se haver um imenso sub-registro, metade deles ocorreram na zona urbana,
indicando que esta problemática não se atém ao setor agro-pecuário e tampouco ao trabalhador rural
isoladamente mas é sim uma questão de saúde pública.
Grupos Populacionais com Exposição a Agrotóxicos:
Vários grupos populacionais podem ter contato e exposição aos agrotóxicos e apresentar efeitos
adversos à saúde.

Profissionais:
Trabalhadores nas Industrias Formuladoras e de Síntese
Trabalhadores de Transporte e Comércio
Trabalhadores de Firmas desinsetizadoras
Trabalhadores da Saúde Pública
Trabalhadores da Agropecuária


População em Geral:
Acidentes
Resíduos em Água
Resíduos em Alimentos
Campanhas de Saúde Pública
Uso Domiciliar

Em relação aos alimentos, apesar de não haver do ponto de vista de saúde pública nenhuma situação
de alarme com níveis altos de resíduos detectáveis nos principais produtos alimentares que compõem a
cesta básica da população; pelo fato de não haver nenhum monitoramento sistematizado de alimentos
no país e alguns estudos pontuais mostrarem contaminações diversas, isto indica uma situação
preocupante que exigiria uma ação técnica mais concreta.

Principais Agrotóxicos de Importância em Saúde Pública:
Inseticidas organofosforados
organoclorados
piretróides
Fungicidas ditiocarbamatos
Herbicidas fenoxiacéticos
dipiridílicos
Fumigantes brometo de metila
fosfeto de alumínio

Todos esses agrotóxicos podem e determinam intoxicações agudas, efeitos adversos crônicos e
doenças de diversas naturezas e muitas vezes levam o indivíduo contaminado à morte seja de forma
abrupta (agudos), ou insidiosa (crônicos).
É fundamental que se desenvolvam ações técnicas nas áreas de saúde, educação e principalmente
agricultura no sentido de diminuir o forte impacto que esta tecnologia, que veio para beneficiar a
Humanidade, vem exercendo na saúde pública e no meio ambiente.

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