quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Principais doenças das plantas:
AS CAUSAS
Fungos
Estima-se que 70% das principais doenças das plantas são causadas por fungos – organismos minúsculos (apenas visíveis debaixo de um microscópio!) que produzem enormes quantidades de esporos (células que se separam e se dividem, sem fecundação, para formarem novas células), que são rapidamente propagados graças ao vento, à água, aos insectos ou aos animais. Existem mais de 10 mil tipos de fungos que, se não conseguem penetrar a cutícula e a epiderme (as barreiras mais fortes de uma planta), atacam as zonas mais sensíveis – os rebentos ou as áreas já danificadas por insectos. Uma planta infectada pode libertar até 100 milhões de esporos, uma quantidade difícil de combater, na medida em que rapidamente degrade as células das plantas, produzindo, em simultâneo, toxinas que interferem no funcionamento pleno do seu organismo. Os fungos são ainda difíceis de eliminar porque podem manter-se dormentes no solo, em restos de plantas que se encontram em decomposição ou numa planta saudável, à espera das condições climatéricas perfeitas para voltarem a contaminar.
Vírus
Ainda mais pequenos do que as bactérias, os vírus apenas conseguem reproduzir-se a partir das células da própria planta. Infiltram-se nas plantas a partir das folhas ou do pé, normalmente por zonas já feridas por insectos, mas precisam de um meio de transporte, que pode ser um insecto, o pólen ou algumas sementes infectadas. Uma vez infiltrado, o(s) vírus, sendo que as plantas podem ser atacadas por mais do que um vírus em simultâneo, movimenta-se através dos vasos vasculares, provocando doenças que contaminam o organismo da planta.
Bactérias
As doenças provocadas em plantas por bactérias são as menos frequentes, por uma simples razão – para crescerem e se multiplicarem as bactérias necessitam de água e de calor. Assim sendo, estão mais dependentes de climas quentes e húmidos para contaminarem as plantas. Transportadas pela água, insectos ou animais, as bactérias infiltram-se através de uma flor ou um corte numa folha ou no pé, podendo causar desde danos puramente superficiais, à murchidão ou mesmo a sua morte.
Deficiências Nutritivas
Por vezes, a doença de uma planta não se deve às bactérias, aos fungos e aos vírus, mas sim a uma alimentação pobre. Se apresentar folhas pálidas ou vasos vasculares amarelados, pode ser um sinal que está a sofrer de deficiências nutritivas. Neste caso, o remédio chama-se “um bom fertilizante”, adequado à planta em questão.
OS SINTOMAS
Uma planta doente apresenta várias alterações ao nível do seu metabolismo, da cor, dos diferentes órgãos e anatomia, para além de poder passar a produzir substâncias anormais.
Alguns sinais de alerta são: míldio (um pó branco); bolores cinzentos ou pretos; bolhas cor de ferrugem; uma massa ou crescimento pretos; pintas pretas; leveduras e o aparecimento de cogumelos, entre outros.
AS CURAS
Com as plantas a requererem “atenção médica”, é claro que o instinto diz-lhe para ir a correr buscar o seu fiel amigo o “pesticida”. No entanto, e porque se trata de um produto com químicos extremamente potentes, que infelizmente ao fazer bem a uma coisa estão a poluir o ambiente, o melhor é estudar todas as outras opções possíveis. Aqui vai uma ajuda:
Existem “sintomas” que, parecendo muito graves e estranhas, podem ser puramente passageiros, desaparecendo dentro de poucos dias ou quando o tempo melhorar. Esteja atento!
Por vezes, basta remover as flores, os rebentos, as folhas e/ou os pés infectados para eliminar o problema. Não aproveite esses restos para compostagem, desfaça-se deles imediatamente!
Em último recurso, recorra ao pesticida adequado, optando por uma solução pouco tóxica. Siga as instruções à risca e lembre-se que não vai resolver a situação ao borrifar o conteúdo de um recipiente inteiro sobre uma pobre doente planta – pode sim, acabar por intensificar o seu problema com a morte da planta, de plantas vizinhas e até do solo!
A prevenção é fundamental para um jardim que respira saúde. Quer saber o que fazer? Comece com um solo saudável, isto porque terra com saúde produz plantas com saúde e plantas saudáveis conseguem resistir mais facilmente às doenças. Um solo de qualidade deve ser limoso e enriquecido com fertilizante e técnicas de compostagem.
Mantenha o seu jardim livre de ervas daninhas e de detritos de plantas, que são elementos propícios para o desenvolvimento de todo o tipo de doenças.
As doenças são muitas vezes transmitidas de planta em planta devido aos utensílios de jardim mal lavados. Assegure que todas as suas ferramentas estejam devidamente desinfectadas (especialmente quando utilizadas para cortar ou eliminar folhas e outras partes doentes), bastando para isso uma mistura de água e lixívia.
Durante o processo de rega, tenha cuidado para não salpicar a folhagem das plantas. Ao respingar do solo para as folhas, está a colocá-las em risco de contrair uma doença. Se possível, deve regar de manhã cedo, assim as plantas têm tempo de secar antes do pico do sol que poderá queimar gravemente plantas muito molhadas. Por outro lado, quanto mais tempo as folhas estiverem molhadas, mais probabilidades têm de ser atacadas por bactérias, fungos e vírus.
É igualmente importante permitir uma boa circulação de ar entre todas as plantas. Para além de secarem mais rapidamente, as brisas podem facilmente levar as doenças para longe antes de estas terem tempo de se “agarrarem” a uma planta.
Se verificar que, ano após ano, os mesmos sintomas e doenças continuam a devastar o seu jardim, seria melhor começar a pensar em introduzir novas variedades de plantas e flores.
Quando comprar novas plantas, inspeccione-as muito bem antes de as levar para casa ou opte pelas variedades que se auto-proclamam e que são, de facto, plantas resistentes às doenças.
Por último, quando em dúvida consulte um especialista ou adquira um guia sobre as diferentes doenças bacterianas, virais e fungais, bem como os seus respectivos tratamentos, para o auxiliar em situações menos saudáveis!
No fundo, mais vale prevenir do que remediar… para um jardim resplandecente!
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